Como se não bastasse, a “O
Boticário”, ter feito a linha “Africaníssima, agora chegou a vez da “Ásia
Moderna”. Ásia essa que, claramente, remete apenas ao Japão. Ele colocam leques
e kokeshi nos cartazes e embalagens, modelos brancas andando nas ruas de Tóquio
em meio as placas escritas em neon, modelos brancas de quimono e uns palitos na
cabeça, pronto, “Ásia”, sendo que na real, é só Japão. Eles poderiam ter
denominado a linha como “Japão Moderno” ou só “Japão”.
No comercial tem sim,
asiáticas, e nos cartazes também. A capa do Facebook
da marca é uma modelo asiática, que fiquei sabendo que é uma chinesa. E sim,
chinesa mesmo, não descendente brasileira. O que já acho um desrespeito e
desvalorização com as modelos brasileiras. O que acho mais engraçado é que o
tema é “Ásia” e tem modelo branca no meio, aliás, em sua maioria. Tem umas
asiáticas e uma (s) negra (o que é super legal), mas no geral é branca... E nem
me venham falar que é porque quase não tem asiáticas porque tem sim, só que
querem deixar tudo branco europeu mesmo.
Confesso que me irrita um
pouco esse negócio de Ásia = Japão. Ásia não é só China, Coreia do Sul, Coreia
do Norte e Japão. Quando as pessoas dizem que queriam ser asiáticos, pensam,
apenas, em Japão e Coreia do Sul...
A
indústria vende a Ásia como “produto” exótico,
mas não valoriza os asiáticos. Aliás, é irritante esse clichê todo que fazem em
volta do Japão. Quimono, leque, usa umas gueixas de enfeite e vende o produto.
É cansativo, sabe?
Uma
hora “Ó, Ásia!” outra hora “Chineses porcos, malditos, comedores de
cachorros!”, “Japoneses são honestos e trabalhadores”, “Volta pro teu país,
japonês!”
É
bem chato a indústria querer lucrar em cima de um continente sem ao menos
divulgar sua história, sem ao menos respeitar o indivíduo. Não estou dizendo
apenas dessa coleção nova, mas da anterior também. Estava tão bom quando estava
no “Urban Ballet” ou qualquer outra coisa que não seja apagamento de
indivíduos.
Vejam bem, a crítica não é
ao indivíduo, não é às modelos, não é à agência de publicidade, mas sim
unicamente à indústria.
E, mais uma vez,
brancos tirando a identidade de todo um continente para ganhar dinheiro. Pouco
importa o apagamento, pouco importa a representatividade, o negócio é agradar
aos brancos e fazer dinheiro
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