Me dá nervoso quando vejo
pessoas falando que tá pobre e miserável quem quer, não tem dinheiro porque não
quer. Porque é um vagabundo acomodado e blá blá blá. Falam como se fosse a
coisa mais comum um pobre morador de comunidade virar um executivo, dono de
empresa.
Quem fala isso acha mesmo
que quem é pobre gosta de estar daquele jeito? Estar passando dificuldade
daquele jeito? Sim, é claro que tem os acomodados (apesar de ter isso em
qualquer classe social), os com espírito de pobre que já se “conformaram” com
aquilo e não fazem questão de tentar mover uma palha. Tá. Mas e aqueles que não
tem como MESMO mudar? Não tem nem da onde começar! Sim, existe lugares assim ainda.
Lá no sertão, sertãozinho do sertão, lugar onde não tem nada, lugar esquecido
por todos... E aí? Acham mesmo que aquelas pessoas estão gostando de estar
naquelas condições?
Infelizmente, nem todos
conseguem as mesmas oportunidades. Aí um ser fala “Ah, Yah, mas tem que correr
atrás do que quer! Não pode ficar esperando cair do céu. Não pode ficar
esperando ajuda do governo.”, sim, concordo com você. Minha mãe sempre me
ensinou que se você quer, lute para conseguir, corra atrás. Mas eu sei que nem
todo mundo tem como fazer isso. Sim, eu sei do caso do cara que era catador de
lixo ou sei lá o quê e se formou na faculdade. Só que nem todo mundo tem como.
Tem os que falam que “Quem
quer, faz por onde”, é fácil falar isso quando você tem acesso fácil as coisas,
quando tá na cara que você JAMAIS vai estar na miséria.
Infelizmente, não são todos
que tem oportunidades. Sim, oportunidades, boas oportunidades. Digo isso por
experiência própria. Vocês sabem por que, eu e minha família, fomos para o
Japão? Aliás, por que TIVEMOS que ir ao Japão? Porque o dinheiro tinha acabado!
Sim! Acabado mesmo, mesmo! Estávamos afundados! Não estou de zoeira! Graças a
Deus, tivemos a oportunidade de ir ao Japão nos reerguer. Sinceramente? Não sei
como estaríamos se não tivéssemos tido essa chance...
Seria bem interessante, se
as pessoas parassem de julgar sem saber. Seria interessante se essas pessoas
que condenam os beneficiários do Bolsa Família, passassem uma semana na pele
deles e visse realmente como é e não só tirar conclusões do que vê na Globo e
lê na Veja.
“Ah, Yah, mas essas pessoas
que usufruem desse benefício, são um bando de vagabundos, não trabalham e só
querem saber de fazer mais filhos para descolar mais do governo.”, sim, eu sei
que tem dessas pessoas, mas quem faz isso é mau caráter mesmo e seria
independente de ganhar o Bolsa Família ou não. Agora, vem cá, você que condena
essas pessoas, acha o quê daqueles que trabalham só alguns meses e,
praticamente, se sustenta com o Seguro Desemprego? É a mesma coisa, não? Tenho certeza
absoluta que esses que se aproveitam do Seguro Desemprego são os mesmos que se
aproveitariam do Bolsa Família! Ou seja, sem vergonha existe em todo lugar.
Será que essas pessoas que
condenam tanto o Bolsa Família (inclusive falam Bolsa Esmola) sabem que muitos
já saíram do programa porque conseguiram melhorar a vida e não precisam mais do
benefício? Falam que deveriam dar é emprego ao invés de dar dinheiro. Tá. Mas
quem vai querer abrir uma fábrica no sertãozinho? Sim, eu soube do caso da
fábrica que iam abrir lá e ninguém apareceu porque não queriam trabalhar. Não
sei até onde isso é verdade, não procurei, mas também tem que ver quais foram
as condições que propuseram. Eu acho bem difícil uma pessoa recusar um salário
mínimo por uns R$ 200 do Bolsa Família, que na verdade é só uma ajuda porque
ninguém consegue se sustentar só com esse valor.
Então, antes de sair
reclamando e xingando tudo só porque viu na Globo ou na Veja, pesquise em
outros sites, procure saber mais, procure saber além daquilo que a grande mídia
mostra. Antes de julgar qualquer morador de rua, experimenta tentar imaginar o
tanto de coisa que essa pessoa passou para que ela esteja naquelas condições...
Não, não estou dizendo para
você se tornar um voluntário ou um defensor dos direitos humanos e tal, só
estou pedindo menos hipocrisia nesse nosso dia a dia. É fácil xingar os outros
quando se tem papai e mamãe para bancar, quando se tem certeza que nunca passará
fome ou contar a historinha de como o vovô lutou para conseguir o que tem e
agora VOCÊ tem uma vida boa... Não acho justo você espalhar a história do seu
vovô como se o mérito fosse seu. Não é, ok?! Coloque-se no lugar do outro só
por um momento antes de sair xingando, ok?!
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