19 de abr. de 2010

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Hoje eu vou postar uma oneshot que escrevi esses dias atrás!

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Aquela Noite


Vim para Coreia do Sul com o propósito de construir minha vida e conseguir um pouco de liberdade. Agora, eu, Yayoi Maruyama, brasileira, 27 anos, moro em um cubículo em Seoul. Trabalho em uma lanchonete durante o dia e em um restaurante conceituado à noite. Não levo uma vida fácil, mas gosto mesmo assim, afinal, posso fazer tudo na hora e da maneira que quero sem ninguém ficar buzinando no meu ouvido.
No restaurante eu arranjei uma amiga, igualmente brasileira, ela se chama Mieh. Meio atrapalhada e esquecida, mas sempre me faz dar boas risadas e me dá ombro amigo quando preciso e ela sabe que sempre pode contar comigo também.
- Oi Yah! – Mieh me cumprimentou no vestiário do restaurante. – Tudo joinha?
-Oi Mieh! Tudo bem sim. – cumprimentei sorrindo – Que foi? – perguntei ao vê-la parada olhando pra minha cara.
-O que aconteceu?
-Nada, por quê?
-Você está estranhamente feliz, sorridente, hoje. Algo de bom deve ter acontecido. Já sei! Aquele carinha do seu outro serviço finalmente te deu bola! – disse ela, com uma cara engraçada, convicta.
-Não viaja, Mieh. Até o Jordan me dar bola, eu já estou velha! – falei em deboche. Jordan é meu “colega” de trabalho, me “apaixonei” por ele desde a primeira vez que o vi. Ele é mais alto que eu, tem os olhos pequenos e conversa muito bem. A carinha de anjo engana qualquer um, mas ele é um conquistador nato. Nós mal conversamos, ele fica muito “ocupado” com a clientela, das quais ganha generosas gorjetas. É um “Bom dia” “Bom descanso” “Até amanhã” e no máximo dos máximos “Feliz aniversário”.
-Ah vai, Yah. Ele não te dá nem uma olhadinha?
-Olha, olha sim. Me olha com cara de tarado quando estou de saia ou short curto. E conversa com meus seios quando estou com alguma blusinha mais decotada ou colada. – comentei e ela apenas ria acabando de se trocar.
Antes de começar, todos os funcionários se reúnem para uma breve reunião para saber do prato principal e o blábláblá de sempre do gerente.
-Se é sempre a mesma coisa que o gerente vai dizer, pra que reunir todo dia? – sussurrei para Mieh, lhe provocando um riso abafado e recebendo uma leve cotovelada. O dia prometia ser movimentado, a maioria dos horários estava reservado. Por ser um lugar conceituado, muitos artistas freqüentavam lá, tanto coreanos como estrangeiros. Gostaria muito de ter pedido autógrafo do Jackie Chan, para o meu irmão, mas o chefe não deixou. Ele diz que é antiético. Perdi a oportunidade também de pedir autógrafo para o Sungmin e KyuHyun. Mas ainda haverá outras oportunidades, afinal, eles vivem aqui. Eu já saí com o cantor Se7en, ele me cortejou enquanto o servia e me abordou quando saí do serviço. Saí algumas semanas, algumas noites foram bem prolongadas, se é que me entendem. Saí também com o Taeyang, do Big Bang. Acho que saí por uns 3 ou 4 meses e, logicamente, também tivemos noites prolongadas, já tivemos até alguns DIAS prolongados. Foi bom enquanto durou. Mieh já saiu com o G- Dragon e o ator Kimbum, mas eu não sei que fim deu, ela só me falou que a carinha de anjo do Kimbum é só fachada. Ele é mesmo como o seu personagem em “Boys Over Flowers”, eu só consegui rir da cara que ela fazia naquele dia.
-Yah, o gerente está nos chamando.
-Estranho, ele nunca nos chama. Você fez alguma coisa de errado?
-Eu não... Que eu saiba...
-Garotas, tenho um serviço especial para vocês essa noite. Hoje, pela primeira vez, vamos receber o grupo Dong Bang Shin Gi. Então quero dar um atendimento especialíssimo a eles. Por isso quero que vocês atendam a eles, somente eles e mesmo que pedirem algo que não tem no cardápio digam que tem e os satisfaçam. Entendido?
-Sim senhor! – dissemos em uníssono. Fiquei meio tonta com tanta coisa que o gerente falou. Nem entendi também o por quê do tratamento especial. Ok, ok, eu sei que eles são a maior estrela da Ásia, mas mesmo assim. Frescura. Tenho que obedecer né, fazer o quê? Só espero que, pelo menos, dêem gorjetas generosas.
-Ain Yah, vou ver meu Junsitos de nariz de pão de queijo! – Mieh falou com os olhos brilhando. Juro que nunca entendo o “nariz de pão de queijo”. Pra mim o nariz dele parece com de mulher grávida.
-Menos Mieh, bem menos. Não se esqueça que é antiético pedir autógrafo. E cuidado pra não fazer papelão na frente dele também, né?!
-Você fica falando como se não se interessasse pelo Yunho. – falou cruzando os braços e fazendo um bico engraçado. Nem deu pra eu responder direito já que o gerente nos apressou.

Ficamos esperando na sala VIP, é muito difícil esta sala ser reservada. Geralmente é reservado para o presidente, governador, ou seja, pessoas BEM importantes. Mas artista é a primeira vez. Hm... Será que são metidos por isso pediram uma sala para que não ficasse junto das pessoas “comuns”? Se a Mieh me escuta falar um negócio desses é capaz da minha cabeça voar longe.
-Yah, tô te chamando faz um tempão! Quer parar de boiar de prestar atenção? Logo eles estão aí!
-Tá bom, tá bom. Eles estão atrasados não? – impliquei olhando para o meu relógio. Logo que olhei pra frente vi o gerente na porta, encurvado. Automaticamente, eu e Mieh nos curvamos enquanto eles entravam. O gerente nos deu a ordem e nós servimos os cardápios. Eu achei que Mieh fosse ter um treco na hora de entregar o cardápio ao Junsu, mas ela foi bem profissional, para meu total espanto. Jejung, super simpático, foi o único que me agradeceu. Yuchun deu um mero sorriso e Yunho estava ocupado ao telefone. Mieh se retirou para pegar as bebidas solicitadas e eu continuo aqui, plantada, esperando eles se decidirem.
-Por favor. – Yunho estendeu o braço com um sorriso, muito bonito, diga-se de passagem.
-Pois não? – me aproximei pegando o aparelho do meu bolso.
-Qual o seu nome? – Yuchun perguntou curioso
-Yayoi.
-Japonesa?
-Descendente de japoneses, eu nasci no Brasil. – ao falar a última palavra, percebi Junsu arregalando os olhos e estes brilharem.
-Está aqui desde quando? – antes de eu responder, Changmin foi fazendo seu pedido então os outros o acompanharam. Ao me retirar da sala, senti olhares em minhas costas.
Durante o jantar, eu e Mieh continuamos na sala, mas com os pescoços duros e sem falar uma única palavra e só nos mover quando era solicitado. Está sendo uma tortura ficar aqui parada, pior é que nem risada eu posso dar quando escuto alguma bobeira deles, tenho que fingir que não escuto.
-Vocês, ei! – Yuchun nos chamou e nos aproximamos – Participem da conversa, vamos interagir! – Mieh olhou pra mim sem saber como reagir.
-Nós adoraríamos, mas é contra as regras da casa. – disse séria.
-Ah, nem um pouquinho? – Jejung pegou em minha mão.
-Nós podemos nos comprometer com o gerente, mais tarde. Se ele entra e nos vê conversando, não vai querer saber se foram vocês ou não que puxaram conversa. Nos desculpem. – disse séria novamente, retornando ao meu lugar. Eles continuaram a conversar sem parar, o restaurante estava para fechar, mas eu sabia que o gerente não diria para eles saírem, ia esperar a boa vontade deles. Eu já estava ficando com sono e Mieh estava praticamente dormindo em pé.
-Vamos embora? Eu estou com sono... – Junsu fez manha coçando o olho direito. Changmin olhou para o relógio e se assustou com a hora.
-Já está na hora de irmos mesmo. – Yunho falou, enquanto Yuchun olhava para fora da sala.
-Não tem mais ninguém no restaurante?
-Não. Já passou da hora de fecharmos. – expliquei.
-Ops, foi mals. – Jejung brincou.
-Bom, muito obrigado pelo atendimento meninas. Voltaremos aqui mais vezes e esperamos ser sempre atendidos por vocês. – galanteou Yunho, sorrindo.

Depois de arrumarmos tudo, nos trocamos e fomos embora. Eu e Mieh sempre saímos juntas, moramos praticamente uma ao lado da outra. Ela estava eufórica e não parava de falar. Eu nem estava prestando muita atenção no que ela estava falando, estava muito cansada. Acho que a tensão de fazer tudo perfeito me cansou. Nos despedimos, andei mais um pouco e cheguei em casa. Tomei um rápido banho e capotei.

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Estou com sono e trabalhar assim é a pior coisa que existe. Por sorte Jordan é bonzinho e atende a maior parte dos clientes.
-Yayoi, atende a mesa 5, por favor. – Jordan me “acordou”. Ajeitei meu avental e fui atender a mesa 5.
-Pois não? – perguntei lhes servindo um copo d’água. E logo em seguida me assustando.
-Yayoi, você também trabalha aqui?
-Yuchun. Ops, Yuchun sshi. Sim, trabalho aqui durante o dia.
-Que legal! Primeira vez que venho aqui, mas meu irmão sempre vem. – ele apontou para o rapaz que estava sentado a sua frente e este acenou pra mim.
-Ah sim, ele é um freguês assíduo mesmo. – sorri.
-Aqui você também não pode conversar?
-Aqui eu sou um pouco mais livre, mas mesmo assim não posso abusar porque quem olha feio nem é o chefe e sim o meu colega de serviço. – comentei baixo e eles riram. Conversei um pouco com eles antes e depois de servir, mesmo percebendo os olhares de Jordan. Logo que eles foram embora, Jordan me abordou.
-Dando em cima da clientela é?
-Olha só quem fala!
-Mas pra garota pega mal.
-Não precisa se preocupar comigo, Jordan. Eu estava apenas conversando com eles. Um deles foi ao restaurante ontem e me reconheceu, só isso. – Jordan resmungou algo que não entendi, saiu de perto e não dirigiu mais a palavra pra mim, nem se despediu na hora de ir embora. Vai entender o que se passa na cabeça dele.
Novamente o restaurante estava movimentado, Mieh me alertou dizendo que o Big Bang estaria ali naquela noite. Faz muito tempo que não vejo YoungBae, ou Taeyang, como preferirem. Não sei se seria bom ou ruim, o nosso término não teve realmente um término por assim dito. Nós apenas nos afastamos sem falar nada um com o outro. No instante que saía da cozinha com o prato de um cliente, dou de cara com YoungBae. Nossos olhares se cruzaram e fiquei um tanto quanto incomodada. Durante a noite, sentia o olhar dele me perseguir, principalmente quando sorria para algum cliente do sexo masculino.
-Yah, tá tenso lá na mesa do Big Bang.
-Por quê?
-O YoungBae não pára de olhar pra você. O Jiyong não pára de olhar pra mim, então o SeungRi está ficando impaciente. O Jiyong continua tão atraente.
-Ah é? Uma coisa, por que vocês terminaram?
-Bem... A gente não terminou por assim dito. Acho que ainda estamos enrabichados. – ela ficou pensando até que o gerente veio nos chamar. Fomos servir a mesa deles. O olhar de YoungBae me queimava, mas por algum motivo, eu também não conseguia parar de olhá-lo e nessa distração, esbarrei na taça e derramei vinho em Daesung, entrando num mini desespero.
-Daesung sshi desculpe-me – disse pegando um pano e, sem pensar direito, fui querendo enxugar.
-Yah! – Mieh me chamou, mas não liguei.
-Erm.. Não precisa enxugar não, pode deixar. – ele falou sem graça, juntando as pernas e só aí me liguei na besteira que estava fazendo. Olhei para cara de YoungBae que segurava a risada, já T.O.P ria feito condenado. Pedi desculpa novamente, me curvei e me retirei. Passei o resto da noite envergonhada e nem chegava perto da mesa deles. No fim do expediente o gerente me deu a gorjeta e um bilhetinho que Daesung havia deixado. Ao sair, sozinha, do restaurante YoungBae me abordou.
-Que dia hoje não?
-Que susto YoungBae! – reclamei lhe dando um tapa no braço. Começamos a andar num silêncio constrangedor. Quando saíamos juntos e o silêncio se instalava, não era constrangedor, era até gostoso. Mas agora está me dando nos nervos.
-Você sempre vai embora sozinha?
-Não. Eu sempre saio com a Mieh, moramos praticamente uma ao lado da outra, mas hoje ela teve que sair cedo. – silêncio novamente. Fomos o resto do caminho sem falar absolutamente NADA. Meu apartamento nunca pareceu tão longe como está parecendo hoje! Ah finalmente. – Bom, como você já sabe, cheguei em casa. Obrigada pela companhia, tchau até algum dia! – ao que me virei para me dirigir até as escadas, fui surpreendida por um puxão pelo braço e um abraço forte, MUITO forte. – YoungBae...
-Senti tanta a sua falta. – ele sussurrava as palavras em meu ouvido – Me perdoe por ter te abandonado, me perdoa... – sua voz estava carregada. Eu nada consigo dizer, devido ao choque. Senti um choque ao sentir ele fazendo carinho nos meus cabelos, é um carinho especial, que só ele sabe dar. Me afastei dele por um instante.
-YoungBae, por que isso de repente? – tive que perguntar, caso contrário não conseguiria dormir. Ele sorriu e pegou na minha mão entrelaçando os dedos. Ainda o olhava sem entender.
-Porque demorei, mas percebi que ainda gosto e muito de você. Na verdade só percebi isso hoje depois que te revi. Confesso que sonhei com você por diversas vezes, mas achei que você já estivesse com outro.
-Também senti sua falta, YoungBae.
-Você ficou ainda mais linda... – ele falou sorrindo, passando as costas da mão em meu rosto. Fechei os olhos com o toque. Senti a respiração dele próximo ao meu rosto e por fim ele selou os lábios aos meus. Subimos as escadas e enquanto eu tentava abrir a porta ele ficava a beijar meu pescoço, tirando total a minha concentração. Finalmente consegui abrir a porta, tiramos os sapatos e caminhamos até meu quarto nos beijando desesperadamente. Rapidamente arranquei o pedaço de pano que cobria aquele peito maravilhoso que há muito tempo não via. Passei minhas unhas pelo peito dele e ao olhar para ele, este sorria. Arrancou minha peça e me deitou na cama, delicadamente, ficando por cima, sem cessar os beijos. Já sem nenhuma peça que nos impeça de cometer o ato, ele colocou o preservativo e fomos nos ‘encaixando’. Os movimentos perfeitos dele, nossos quadris em perfeita harmonia, nossos gemidos ecoavam pelo quarto, sentia saudades dessa respiração pesada em meu pescoço. Chegamos juntos ao ápice, há muito tempo não sinto essa sensação tão boa, tão gostosa, há muito tempo ninguém me deixou tão satisfeita. Eu sempre satisfaço meus parceiros, mas nunca ninguém me satisfaz. Não como YoungBae. Respirando com dificuldade, ele olhou pra mim com um sorriso de satisfação e felicidade, me deu um selinho e tombou o corpo ao meu lado me puxando para me aconchegar em seus braços. Com a cabeça deitada sobre o peito dele, fiquei pensando em como nenhum outro homem conseguiu ser tão carinhoso como YoungBae foi e ainda é! Apesar de seu corpo másculo, ele conseguia ser o cúmulo do carinho, da doçura e eu me sentia extremamente bem ao seu lado. Respirei fundo num sorriso.
-No que você está pensando?
-Quem disse que estou pensando em alguma coisa? – perguntei olhando pra ele.
-Eu sei que quando você respira fundo é porque está pensando em alguma coisa. Eu posso ser lerdo em muita coisa, mas em se tratando de você eu presto muita atenção. – me senti especial agora e deixei transparecer um sorriso e ele também sorriu passando a mão em meus cabelos. Sem responder a pergunta dele, comecei a beijá-lo vagarosamente. Ele acompanhou o meu ritmo que logo começou a ganhar intensidade, deslizou a mão sobre meu corpo e resolvemos prolongar aquela noite...

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Acordei me sentindo extremamente feliz e especial, como nunca me senti antes. Tomamos café da manhã juntos, sorrindo.
-Preciso ir nessa, o Jiyong deve estar doido atrás de mim. – disse limpando a boca provocando meu riso.
-Você não avisou pra onde ia?
-Não. – ele se levantou – Hoje à noite eu passo no seu serviço na hora da sua saída. – disse me dando um beijo na testa e saindo.
Passei o dia feliz, atendendo os fregueses sempre com um enorme sorriso no rosto. Jordan me olhava estranho, com certeza não estava entendendo porque estava tão feliz! Apesar disso, algo ainda batia na minha cabeça... Por que o YoungBae foi assim tão de repente?

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Uma semana já se passou e tenho me encontrado com YoungBae todos os dias! Perguntei a ele por que ele se aproximou de mim e ele falou simplesmente “Eu te amo”!! Estou mais feliz do que nunca!
-Tem acordado vendo passarinho verde é?
-Estava demorando pra você vir perguntar, né Jordan? Mas sim, eu tenho dormido e acordado muito bem acompanhada, obrigada.
-Ah é? Alguém melhor do que eu?
-Como você é convencido. Eu nunca dormi com você pra saber se realmente ficaria tão satisfeita quanto tenho ficado. Aliás, nem sei por quê estou te contando isso. – falei em descaso pra ele que me olhou feio, MUITO feio, virou as costas e saiu resmungando alguma coisa que não entendi. Ele anda tão estranho ultimamente. Pra quem nunca ligou pra mim, está querendo me controlar demais. Nunca nem conversava comigo e de repente fica me fazendo perguntas.
-Yo, Yayoi! – olhei pra porta e lá estava Yuchun novamente e desta vez acompanhado de Junsu que sorria. - Tá vendo? Não falei que ela trabalhava aqui também?! Agora você me deve um café. – dizia ele, enquanto eu lhes servia água.
-Fizeram aposta é? – perguntei sorrindo
-Mais ou menos. O Junsu não quis acreditar que você trabalha aqui.
-Por que?
- Ah sei lá. Como você sai tarde do restaurante, não pensei que você tivesse um serviço paralelo. – Junsu falou um tanto quanto envergonhado.
-Eu preciso de dois serviços, senão a coisa fica feia. – comentei num tom divertido. Jordan passou atrás de mim e deu um pigarro, indicando para que eu parasse de conversa. Ele é estranho, ele pode ficar conversando e eu não? Ciúme repentino? Depois vou perguntar.
-Yayoi sshi?
-Hã? Desculpem-me. Já decidiram?
-2 cafés e 2 croissant.
-Já trago! – eles comeram e foram embora acenando e sorrindo pra mim.
-Da próxima vez, eu os atendo! É com um desses que você tem dormido?
-Iiiih, que isso de repente, hein Jordan? Não posso nem conversar mais? Você fica conversando praticamente o dia todo com TODAS que aparecem aqui e eu não posso com um ou dois? Ciúme repentino? – ele não se pronunciou – Eu ficaria feliz se você me respondesse. – nada – Jordan? – lhe toquei o braço e então fui surpreendida por um beijo.
-Isso te responde alguma coisa? – ele me perguntou logo que separou os lábios dos meus. Nem sei o que responder... Estou em choque... – Yayoi?
-Por que você fez isso? Você nunca nem falou comigo direito e agora me beija? Por quê?
-Eu também não entendo Yayoi. Eu sempre gostei de você, mas nunca tive coragem de demonstrar. Tive medo que abalasse a nossa amizade...
-Amizade? Essa é boa. – rolei meus olhos – Que amizade?
-Tá bom, fiquei com medo que a nossa relação no serviço ficasse ruim.
-Pior do que era não ia ficar. Você mal me cumprimentava, aliás, mal me olhava na cara.
-Eu sou tímido!
-Tímido? Não me faça rir, senhor Jordan! A última coisa que você seria é tímido!
-Sou tímido quando estou perto da garota que gosto. – ele abaixou o olhar. Primeira vez que o vejo assim. Passei a mão em seu braço (que é muito bom, diga-se de passagem). - Você poderia corresponder aos meus sentimentos? – perguntou me olhando fixamente nos olhos.
-Tarde demais, Jordan. Me desculpe. Eu sempre tive uma queda por você, mas como você nunca pareceu me dar bola, eu parti para outro e agora eu estou muito feliz. – lhe dei um beijo na bochecha e sai de perto. O resto do dia foi estranho, aliás, eu acho que vai ficar estranho por um bom tempo, para não dizer pra sempre. Na saída eu me despedi como sempre, mas ele apenas acenou com a cabeça sem me olhar direito. Já no restaurante, encontro Mieh no vestiário.
-Oi Yah!
-O Jordan confessou que gosta de mim! – disparei e ela, logicamente, arregalou os olhos.
-Co... Co... Como assim? Você me falou que ele nem falava com você direito!
-Mas é verdade! Eu também me assustei quando ele me falou! Ele até me beijou!
-Você retribuiu?
-Claro que não! Eu fiquei sem reação! E já deixei claro que estou com outro e estou muito feliz. Mas a situação vai ficar chata, aliás, já está chata.
-Bom, esquece isso Yah. Esquece isso, vamos trabalhar e se prepara que parece que o Se7en vem hoje.
-SE7EN? Ah meu Deus, por que?
-Calma Yah, calma. Já são águas passadas, pense apenas isso.
-Ah Mieh, se ele me cantar ou coisa parecida eu juro que desço a mão nele!
-Calma mulher! – ela debochou. Mas sério, qualquer gracinha e eu não respondo por mim. Vocês devem estar perguntando o por quê de tanta raiva né? Pois bem, na época que estávamos juntos ele só queria saber de cama, cama, cama, não se importava comigo. Até chegou a sugerir ménage à trois! Logicamente eu recusei, não sou mulher disso. Já estava farta dele, mas essa foi a gota d’água! Mesmo depois que terminamos, ele continuava a me telefonar, mandar mensagens e até passou a mão em mim quando veio aqui. Só não desci a mão porque o gerente estava junto. Bom, vou esquecer isso e ficar pensando que verei o YoungBae mais tarde!
A noite está correndo normal, o dito cujo ainda não apareceu, pra minha felicidade. Tomara que ele tenha cancelado, mas pelo o que eu conheço, ele chega atrasado, mas não cancela.
-Yah, ele chegou. – Mieh me falou, apenas respirei fundo. – E parece que ele está em companhia masculina.
-Companhia masculina? Será que ele virou a casaca? – brinquei. Ela riu e me deu um tapa no braço dizendo que eu não presto. Ao chegar à mesa para atendê-lo, vejo quem é a companhia masculina dele... YoungBae. Acabo deixando transparecer um sorriso e ele também, mas disfarçou colocando o cardápio na frente.
-Olá Yayoi!
-Boa noite Choi sshi! – cumprimentei formal sem olhá-lo.
-Feliz em me ver?
-Por que estaria?
-Percebi que você sorriu ao chegar aqui. – olhei para YoungBae que abaixou um pouco o cardápio, deixando apenas os, minúsculos, olhos à mostra.
-Já escolheram? – preferi ignorar o que me foi perguntado e YoungBae apenas sorriu.
-Só vou pedir se você responder a minha pergunta.
-Choi sshi, solicitarei outro garçom para vos atendê-lo. – falei me curvando. Quando estava para me afastar, ele agarrou meu braço para que virasse para ele. YoungBae acabou se levantando instintivamente. Olhei para sua mão, que segurava meu braço, e fiz o caminho até seus olhos, mas sem mudar minha feição de desdém.
-Por que você está me tratando assim?
-Desculpe-me Choi sshi. – falei calma, provocando-o, fazendo com que ele apertasse mais o meu braço.
-Dong Wook, solta dela. Olha o papelão que você está fazendo. – sussurrou YoungBae tentando soltar a mão dele de meu braço. Só então Dong Wook se ligou no que estava fazendo, soltou meu braço, deu um pigarro e se sentou. Agradeci YoungBae apenas movimentando os lábios e ele assentiu com a cabeça disfarçadamente. Eu continuei a atendê-los apenas para provocar Dong Wook e olhar YoungBae, claro. No final do expediente, me encontrei com YoungBae, que me recepcionou com um beijo, como sempre.
-Saudades de você!
-Como saudades se você me viu a noite toda?
-Ah, você me entendeu. – ele falou manhoso me agarrando pela cintura – Ainda mais que tinha que disfarçar e me segurar quando via o Dong Wook dando em cima de você. Inclusive tive que insistir para ele ir embora.
-Hã? Ele estava pensando em ficar me esperando?
-Pois é, ele disse que ia fazer exatamente o que fez quando te chamou pra sair pela primeira vez. Ainda bem que consegui enrolá-lo. – me beijou a bochecha.
-Vamos pra casa, estou cansada. – falei manhosa. Fomos para meu cubículo trocando carícias, agarradinhos, dizendo coisas sem nexo ao pé do ouvido. Ríamos sozinhos, até que ouvimos um pigarro logo atrás de nós, nos assustando.
-Dong Wook...
-Ora, ora YoungBae, não foi à toa que você ficou falando aquelas coisas pra mim. Muito esperto da sua parte.
-O que você quer aqui, Dong?
-Não se intromete, Yayoi. A minha conversa é com esse ser. – ele disse apontando para YoungBae.
-Não tenho que lhe dar satisfações.
-Ah não? Está certo, ela é mesmo o que você falou.
-Dong Wook não...
-Sabe o que ele falou de você? – fiz que não com a cabeça e pedi que prosseguisse. – Ele falou que você é uma vagabunda que sai com todos os clientes. – para total espanto dele, não me deixei abalar.
-Eu sei que ele falou isso apenas para me proteger de você! – falei me agarrando mais ao braço de YoungBae. Senti o ódio preencher Dong Wook, ele fechou o punho e, na velocidade da luz, acertou YoungBae que logo devolveu o soco. Tentei apartar, mas não adiantou. Ficaram trocando socos e só cessaram quando se cansaram.
-YoungBae! – falei quase num sussurro, abraçando-o. Olhei Dong Wook de relance e este respirava com dificuldade. Soltei-me de YoungBae e me aproximei do outro. – Você já fez mais do que o suficiente aqui. Melhor você ir embora e não aparecer mais.
-Ok, dá pra perceber que você está feliz com ele. Eu vou embora, mas não antes disso. – ele me agarrou pela cintura e me beijou. – Prometo não te importunar mais, adeus. – logo fui para perto de YoungBae e fomos até meu apartamento. Ele se sentou no sofá enquanto fui pegar a caixa de primeiros socorros para fazer o curativo. Sentei-me em frente a ele, que já estava sem camiseta, e antes de qualquer coisa o olhei nos olhos e sorri.
-Me desculpe por isso. – ele falou baixo passando a mão em meu rosto.
-Você não tem do que se desculpar. O Dong que foi um escroto de vir até aqui. – falei molhando o algodão com água oxigenada. – Vai arder um pouquinho tá?! – avisei e passei o algodão no ferimento que havia na sobrancelha – Vai falar o quê ao manager e o Jiyong?
-Falo que caí da escada.
-E vão acreditar nisso?
-Ah, uma vez o SeungHyun apareceu todo quebrado também e ele falou que tinha batido com a cara na parede! – falou rindo e eu só consegui rir também, terminando de fazer o curativo. Coloquei o band-aid e deslizei minha mão pelo rosto dele que colocou a mão sobre a minha e sorriu. Ele começou a me beijar delicadamente, desceu com os lábios até meu pescoço, desabotoando minha camisa lilás. Voltou aos meus lábios, tirou minha camisa delicadamente e nos deitamos no tapete, branco felpudo, da sala. Aquela noite estava sendo muito especial. O que eu não contava é que aquela noite mudaria minha vida para sempre...

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Eu e YoungBae estamos duas semanas sem nos ver, o manager o deixou de castigo. Como ele não acreditou na história de “ter caído da escada”, ele telefonou pra mim e eu contei a verdade. A minha relação com o Jordan voltou a ser exatamente como era antes “Bom dia” “Boa noite” “Bom descanso”, essas coisas. A Mieh anda enrolada com o Junsu. Parece que ela o encontrou no orkut ou facebook, algum lugar desse tipo e agora anda com um papo bem animadinho com ele. Ela está até mais feliz nos últimos dias. Tenho acordado meio indisposta, não sei se é preguiça ou se é a falta que YoungBae está me fazendo.
Mieh falava sem parar enquanto nos trocávamos e eu estou com a cabeça longe, saudades do YoungBae.
-Yah, você está prestando atenção no que estou falando?
-Hm? Desculpa Mieh, estava pensando no YoungBae.
-Ah, entendo. Quando vocês vão se ver de novo?
-Não sei quanto tempo o manager deixou ele de castigo, nem falar com ele por telefone não dá. – fiz bico – Ai que cheiro enjoativo. Tá sentindo, Mieh?
-Não estou sentindo cheiro de nada. – nem terminei de escutar o que ela falou e corri para o banheiro vomitar.
-Yah? Está tudo bem?
-Não... Sinceramente, não. – falei me apoiando na parede.
-Comeu alguma coisa que não fez bem?
-Eu nem comi direito hoje. Desde manhã estou indisposta.
-Yah, será que você não está grávida? Já veio este mês?
-Ainda não, não é dia ainda. Mas não pode ser. Sempre usamos proteção, sempre. – falei tentando me lembrar de ter visto YoungBae colocando o preservativo. Não estou conseguindo me lembrar. – Ai Mieh, agora não estou conseguindo me lembrar... Aquela noite foi tão intensa... – levei minha mão para a nuca.
-Melhor você fazer o teste. Fora que, como você vai trabalhar hoje? Com esse cheiro de comida.
-Não posso ir embora Mieh. O gerente deixou avisado que hoje seria movimentado!
-Mas Yah, você vai ficar toda hora saindo correndo pra vomitar? – fiquei pensativa, não poderia sair toda hora correndo, mas também não queria ir embora. – Vai embora, Yah. Deixa que eu falo com o gerente. – Mieh praticamente me expulsou. Sai meio desolada e perdido, apesar de amar YoungBae, não sei se estou realmente pronta para ser mãe. Não consigo me imaginar cuidando de um bebê.
Cheguei em casa e me joguei no sofá, peguei o controle da TV e fico trocando os canais, não tem nada de interessante passando, que tédio. Acabei que por adormecer no sofá e só acordei porque escutei alguém batendo na minha porta.
-YoungBae! – exclamei pendurando-me em seu pescoço.
-Oi princesa! Também estava com saudades. – ele falou carinhoso me dando carinho na cabeça. – Fui ao restaurante e a Mieh falou que você não estava se sentindo bem, talvez estivesse grávida. – não acredito que a Mieh falou isso! Juro que a mato amanhã!
-Não liga para o que a Mieh diz. Você sabe como ela é meio doidinha, né?! – disfarcei e lhe beijei, puxando-o pela camiseta para dentro de casa. Sentamo-nos no sofá, me aconcheguei nos braços dele e começamos a assistir ao DVD do filme “Harry e Sally – Feitos um para o outro”. Acabamos adormecendo abraçadinhos.

xxx

Despertei com a luz do sol me incomodando. Abri os olhos lentamente e percebi que estava coberta com uma fina colcha, olhei para a cozinha e vi YoungBae, de costas, cantarolando. Sorri instantaneamente. Levantei e fui sorrateiramente até a cozinha e o abracei por trás.
-Que susto, amor! – ele me deu um beijo na ponta do nariz. – Estou preparando o nosso café da manhã.
-O Jiyong ou o manager não vai achar ruim com você?
-Não, desta vez não. Eu avisei onde estaria e daqui vou voando até a KBS. – me deu outro beijo.
-Se você diz. Vou ao banheiro e já volto. – ao fechar a porta atrás de mim, sentei-me no chão. Aquele enjôo novamente. Não posso deixar transparecer, não quero deixá-lo preocupado. Vomitei, mesmo sem ter nada no estômago, me troquei e voltei à cozinha, onde ele já esperava com a mesa pronta.
-Aqui está querida, waffles com calda de caramelo do jeito que você gosta! – ele sorriu e retribui. É instantâneo. Nos despedimos e cada um foi para o seu lado. Durante o serviço, não estava me sentindo tão enjoada, mas também não estava me sentindo muito bem.
-Está tudo bem com você, Yayoi?
-Por que?
-Você está pálida... Acho melhor você voltar pra casa. Vou falar com o chefe.
-Não Jordan, não precisa.
-Quê não precisa, o quê! Não quero você desmaiando na frente dos fregueses.
-Ah, então você está é se preocupando é com os clientes e não especificamente comigo?
-Eu estou brincando sua boba. Você não parece estar muito bem mesmo, melhor ir no médico pra ver o que você tem antes que seja algo grave.- falou num tom preocupado. É a primeira vez que escuto esse tom dele. Logo ele voltou e falou que o chefe havia permitido que eu fosse embora. O agradeci com um beijo na bochecha e saí. Antes de ir pra casa, passei na farmácia e comprei desses teste de gravidez, confesso que estou um pouco receosa com o resultado.
Já em casa, tomei “litros” de água e esperei. Como era de se esperar logo fui ao banheiro e por pouco não esqueço o dito cujo na bancada da cozinha. Ao ver o resultado, não tive outra reação a não ser cair de joelhos no chão. Sim, deu positivo. Não sei por quanto tempo eu permaneci sentada no chão do banheiro, olhando o “aparelhinho” que estava em minha mão direita, mas quando fui para a sala, tudo estava escuro, já indicava que era noite. Não vou trabalhar, não tenho condições, não sei nem o que vou fazer! Joguei-me no sofá, joguei minha cabeça pra trás, levei meu braço até minha testa e em minha mão ainda segurava o teste. Eu precisava falar para alguém, mas alguém que não fosse YoungBae, apesar de estar necessitando do conforto de seus braços. Poderia ligar para Mieh, mas ela está trabalhando, não quero a deixar preocupada. Quem é na porta?
-Oi Yah! Tá tudo bem?
-Mieh! E o serviço?
-O gerente me dispensou e pediu pra eu vim ver como você está. – ela falou já entrando em minha casa. A primeira reação que tive foi abraçá-la e lágrimas começaram a rolar dos meus olhos -Yah? Que foi que aconteceu? Você está me assustando. – ela perguntou me abraçando. Não consegui falar, lhe abracei forte e me soltei dela, indo em direção à mesa de centro. Peguei o teste e lhe entreguei – O que é isso? – perguntou pegando de minhas mãos e logo em seguida arregalando seus olhos. – Isso é... é... – apenas confirmei com a cabeça. Ela mandou eu me sentar e foi preparar uma xícara de chá. Estava difícil de eu acreditar que estava grávida. Não pelo fato de não querer um filho ainda mais um filho do homem que eu amo, YoungBae. Estava é com receio da atitude dele, na verdade nem tanto por ele porque sei que ele vai me apoiar, mas pelo manager, pelos outros membros e principalmente pelas fãs. Essa gravidez pode afetar a carreira dele, do grupo. Nunca que quero estragar a vida profissional dele, ser artista sempre foi o que ele desejou e agora, no auge do sucesso na Coreia do Sul e no Japão, não, eu não posso fazer isso.
-Então Yah, quando você vai contar? – Mieh perguntou me entregando a caneca.
-Não vou contar. – falei tomando um gole – E você também não vai. – ela ficou estática.
-Por que não Yah? Ele é o pai tem o direito de saber!
-Não Mieh, ele não vai saber. Você não percebe que isso pode afetar a carreira dele? Não só dele, mas a do Big Bang! Não sei como são as fãs deles. Eu já decidi a não contar.
-Tá, mas como você vai esconder?
-Terminando com ele. – doeu falar isso.
-Mas e se ele te vir com barrigão?
-Eu digo que é de outra pessoa. – ela balançava a cabeça não concordando com aquilo
-Deixa que eu atendo! – ela foi em direção a porta. – YoungBae! Entre, entre. – peguei o teste rapidamente e escondi embaixo da almofada. Comecei a suar frio ao vê-lo entrando com aquele sorriso só dele. – Bom, vou nessa. Tchau Yah, até amanhã.
-Tchau Mieh! – se despediu dela logo se sentando ao meu lado – Não foi trabalhar hoje de novo amor?
-Não estava me sentindo muito bem.
-De novo? Quer que eu te leve ao médico?
-Não precisa se preocupar, amanhã eu vou. – disse lhe beijando a ponta do nariz.
-Já jantou?
-Não, ainda não.
-Vou preparar uma canja pra você. – me deu um beijo na testa e foi em direção a cozinha. Fiquei olhando-o na cozinha, não poderia fazer isso, não com YoungBae. Ele me ama e eu também o amo, mas também não quero estragar sua vida. Não que uma criança estragasse a vida, ah vocês me entenderam. Não poderia simplesmente terminar com ele, não quero magoá-lo o fazendo ficar pensando pelo resto da vida o que ele fez para eu terminar com ele. Preciso de um escape, preciso...
Ele passou a noite comigo, mas não fizemos nada, apenas dormimos de conchinha.

xxxx

Ele saiu antes de eu acordar. Eu tomei o café da manhã que ele deixou preparado pra mim, telefonei para o serviço dizendo que não iria e fui ao hospital fazer um exame de gravidez decente. Vai que estou sofrendo por antecipação e nem estou grávida. Mas é como minha mãe sempre diz, depois de “brincar” com homem tem que estar ciente de que pode ficar grávida. De noite também não fui trabalhar, não conseguia parar de vomitar.

xxxx

Duas semanas se passaram, estou realmente esperando um filho de YoungBae. Não lhe falei nada, por mais que Mieh me reprove, eu não vou contar e já arranjei um escape. Vou voltar ao Brasil. Sim, vou fugir. Sou uma covarde e esse foi a melhor maneira que consegui achar.
YoungBae fez um jantar especial, ele estava extremamente lindo, a aura dele estava brilhando.
-Você está tão linda hoje, meu anjo.
-Você também está, meu amor. Você está com um brilho diferente.
-É porque estou amando muito, muito. – ele me beijou delicadamente.
Jantamos e terminamos a noite no quarto. Já que aquela seria a última noite que teria com ele, quis que fosse especial. Confesso que foi uma das nossas melhores noites. Acordei na madrugada, me troquei e fiquei um tempo olhando-o. Agachei e passei a mão, delicadamente, em seu rosto.
-YoungBae, me perdoa por ir embora assim, mas acredite que essa é a melhor solução. – sussurrei em lágrimas. Lhe dei um beijo na bochecha e saí. Mieh me esperava na escadaria e me levou até o aeroporto. Nos despedimos em meio as lágrimas, obviamente não poderia ser diferente.

xxxx

[Narrador]

YoungBae acordou passando a mão ao lado de sua cama e arregalou os olhos ao perceber que não tinha ninguém ao seu lado. Enrolou o lençol em seu corpo e procurou Yayoi pelo apartamento. Começou a entrar num pequeno desespero ao abrir os armários e vê-lo totalmente vazio. Procurou algum bilhete que ela poderia ter deixado e nada. Sentou-se na cama e começou a chorar, ela havia o abandonado e ele nem sabia o por quê! Sentia se desolado, era como se uma parte dele havia sido decepada. Ele tomou um demorado banho e foi atrás de Mieh, ele tinha certeza de que ela sabia.
Mieh estava na praça, dando comida para os pombos, quando YoungBae chega correndo.
-Aaah Tae, você espantou as pombinhas. – ela fez um bico triste.
-Desculpa Mieh, mas é que eu preciso saber de uma coisa. Onde está a Yah? – ela engoliu a seco – Mieh, onde está ela?
-Não sei. – mentiu voltando a atenção aos pombos que começavam a retornar. Ele a segurou pelos ombros e a virou para si.
-Você está mentindo. Tenho certeza de que está mentindo. Mieh, por favor me diga onde ela está. Por que foi embora sem me falar nada? – Mieh estava se apiedando dele e resolveu contar a ele, quebrando a promessa que havia feito a sua amiga.
-Ela voltou para o Brasil.
-O que? Por que?
-Ela está grávida e não quis te contar para não estragar sua carreira. – ele fechou os olhos.
-Bom, se essa foi a decisão dela. – ele pareceu conformado com o abandono dela.
-Não tem problema pra você?
-O que eu posso fazer? Foi ela quem decidiu sem falar nada pra mim. – Mieh ficou inconformada.
-Vai atrás dela! Se você a ama não é melhor ir atrás dela onde quer que ela esteja? Você está satisfeito assim? Isso é ser homem? – ele se assustou com o tom de voz de Mieh, nunca havia a visto com aquele tom. – Vai continuar aí parado? – ele se levantou e saiu correndo – Ei, ei! Aqui o endereço dela!
YoungBae comprou a passagem e pegou o primeiro vôo para o Brasil, apesar de inseguro por não saber o que estava fazendo exatamente, algo lhe dizia que era o certo.

xxxx

Como será que está YoungBae? Eu sei que foi uma decisão minha só minha e por isso mesmo me sinto horrível. Imagino como ele deve estar se sentindo. Como eu pude ser tão covarde... Mas se ele souber da verdade, ele vai entender que foi apenas para o bem dele.
-Yayoi, tem um rapaz estranho te chamando no portão. – minha irmã me avisou. Me levantei e não acreditei quando olhei para o portão e vi YoungBae.
-YoungBae, o que você está fazendo aqui?
-A pergunta é o que VOCÊ está fazendo aqui? – não consegui dizer nada, apenas abaixei meu olhar – Achou melhor fugir a me contar a verdade.
-Que verdade?
-Não adianta tentar mentir. A Mieh já me contou que você está esperando um filho meu e nem adianta praguejar o nome dela porque fui quem fui atrás dela.
-Entra vai, melhor não fazer cena aqui no portão. Esses vizinhos são enxeridos. Senta que vou pegar bebida. – logo que cheguei na cozinha me encostei na pia e fechei meus olhos num pesado suspiro.
-Yayoi?
-Não falei pra você ficar na sala? – ele me puxou num forte e caloroso abraço
-Eu preciso ficar com você! Eu necessito de você! Por favor, não me abandone nunca mais! – sussurrou essas palavras em meu ouvido. Me afastei dele.
-YoungBae, se você soubesse como me doeu te deixar. Se você soubesse o quanto eu estava sofrendo sabendo que em poucos dias eu te deixaria e nunca mais iria ter o conforto dos seus braços, nunca mais deitaria minha cabeça em seu peito e escutar as batidas do seu coração. Mesmo assim eu achei melhor voltar, não queria atrapalhar sua carreira.
-Pouco importa a minha carreira se eu não tiver você ao meu lado!
-Não é só a sua carreira. Isso pode comprometer o grupo.
-Yah, me escute. Eu não sou nada sem você. Se você estiver longe eu mesmo acabarei destruindo minha carreira. Você é a razão do meu sorriso e ainda com a chegada dessa criança é ainda mais um motivo para a minha felicidade. – eu já estava em lágrimas e me surpreendi ao ele se ajoelhar e tirar uma caixinha de seu bolso – Volta para a Coreia comigo? – ele perguntou abrindo a caixinha e revelando um lindo anel de brilhantes.
-YoungBae....
-Eu tinha comprado porque ia te pedir em casamento. – ele pegou minha mão e colocou o anel – Eu já não consigo me imaginar sem você. – levantou-se, passou o dedo no meu rosto enxugando as minhas lágrimas e me beijou.
E assim, voltamos para a Coreia do Sul, nos casamos e ganhamos um lindo menininho, o nosso pequeno Hyesung.
Mieh também se casou com ninguém mais ninguém menos que com o Senhor Triplex, ou seja, o Senhor Shin Changmin. Eles foram meus padrinhos de casamento, na verdade eu tinha chamado o Junsu pra ver se dava em alguma coisa, mas ele tinha que ir ao show case do irmão, então pediu para o Changmin ir. Detalhe, eu só fiquei sabendo isso na hora, o pamonha nem pra me avisar antes. Pois bem, durante a festa ficaram bêbados e imploraram para o padre celebrar o casamento deles, mas antes disso, eles estavam pedindo para uma estátua de um texugo que tem na casa de YoungBae. Quando acordaram da ressaca não queriam acreditar na burrada que haviam cometido na noite anterior, mas como a mãe dela, e a minha também, sempre diz que casamento é só uma vez na vida, eles resolveram tentar e está dando certo! Hoje ela está grávida de 6 meses.
Agora eu com o meu maravilhoso marido e meu pequeno Hyesung, não tenho do que reclamar. Aliás, eu só tenho a agradecer a Deus por ter colocado YoungBae em minha vida e por ele estar fazendo dela a maravilha que está sendo.

FIM

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